Vivenciamos uma época em que o desempenho é a palavra de ordem, não conseguimos mais manter resultados diferenciados sem um desempenho proporcional.
O normal nas organizações é a expectativa de diferenciação, e para isso não se poupam investimentos em tecnologia, processos, sistemas, equipamentos, etc.
Nos dias atuais, mesmo empresas não capitalizadas possuem acesso a linhas de empréstimos ou realizam fusões, joint ventures, parcerias e alianças estratégicas, apenas para citar algumas formas de se instrumentar ou aparelhar para competir com os principais concorrentes. Dinheiro não é mais problema, o que importa é seguir a estratégia definida, pois os recursos serão buscados.
O componente principal dessa conjunção de fatores e fatos para o desempenho diferenciado da organização permanece sendo as “pessoas”. Qual é a razão essencial para algumas pessoas se destacarem e outras, ou a maioria, não? Como pode, dentro de uma mesma empresa, pessoas com tratamento, formação, condições de trabalho, etc., de mesmo nível apresentarem desempenhos tão diferentes? Qual a razão da dificuldade dessas pessoas para melhorar seus resultados, mesmo desejando e tomando ações para que isso aconteça?
Prefiro focar naquilo que depende exclusivamente das pessoas, algo que vem de dentro para fora, aquilo necessário para gerar o significado e assim a motivação para a mudança, vontade ou desejo de investir no seu autoconhecimento, fator fundamental para demonstrar inteligência intrapessoal e imprescindível para o autodesenvolvimento, pois pouco adianta investir em conhecimento sem ter o direcionamento objetivo e consistente com as reais necessidades identificadas.
Quais são as razões para esse fato estar tão presente no cotidiano dos profissionais? Qual é a principal causa da falta de atitude dos profissionais para elevar o seu autoconhecimento? Podemos citar, entre outros, as próprias pessoas, pois são poucos os que investem em ações orientadas para essa finalidade. Também os líderes, em geral, ainda não se conscientizaram do fato de estarmos na Era Dos Valores, onde o quanto se produz não é mais importante do que o como se produz, pois ambos serão consequência do desempenho humano, e as pessoas produzem mais e melhor quando entendem o PORQUÊ e PARA QUÊ estão fazendo algo.
As pessoas, em geral, não são apenas elas mesmas, mas sim elas e suas circunstâncias. Por exemplo, podemos citar: superiores hierárquicos, subordinados, colegas, cônjuges, filhos, amigos, etc., pessoas com as quais convivemos e que nos fornecem feedback, e, quando esses são considerados e entendidos, tornam-se possíveis de serem trabalhados, desde que haja compreensão do seu significado, atitude para mudar e disciplina para se manter na mudança. Também fica claro e evidente a necessidade de suporte por metodologia adequada da ação.
Dentre esses públicos, quero dar atenção especial aos líderes nas organizações. Estes continuam devendo aos seus subordinados o feedback de qualidade, aquele que inspira a pessoa a ir em busca da melhoria.
Percebe-se nos projetos de Assessment a inconsistência de métodos, carência de atitudes e muito pouca disciplina para executar o acompanhamento.
Estamos acompanhando o já conhecido e tão comentado momento do ”apagão” de profissionais. Percebemos as empresas perdendo profissionais qualificados para o mercado, em grande parte por não terem claro o que se espera deles na empresa onde atuam ou por não terem claro até onde podem crescer na estrutura interna e, assim, ter mais claro o destino de sua carreira. As empresas permanecem perdendo tempo e recursos importantíssimos por não darem importância à consolidação da “cultura do feedback” como ferramenta para potencializar o desempenho dos seus profissionais. Caso houvesse essa prática consolidada, certamente aqueles profissionais que ainda não despertam para a importância do autoconhecimento poderiam ter essa oportunidade e, assim, dar um novo rumo ao seu crescimento profissional. Vamos atentar e trabalhar duro nessa direção e certamente estaremos contribuindo decisivamente para os resultados na última linha do balanço patrimonial ao término do exercício fiscal.